Papos sobre o Reino

Um papo sobre amor ao próximo

Hi, guys!

Como sabem (ou talvez não saibam) eu tenho um manual de vida e Ele se chama Cristo. Sim, sou cristã protestante (sempre gostei desse termo). E acho que uma das questões mais profundas e, ao mesmo tempo, tão rasas no mundo é o amor. Você não precisa pertencer à alguma religião para falar do amor, esse sentimento faz parte de nós e precisamos conversar sobre ele. Neste post, eu gostaria de abordar algo um pouco mais sutil e, para variar, complexo a respeito do amor: o próximo.

Sabemos, sendo cristãos ou não, que o segundo mandamento bíblico é “amar o próximo como a ti mesmo”. Isso, quando não entendido em sua particularidade, cria um senso de obrigação em amarmos uns aos outros. Tecnicamente, sim, isso faz parte da nossa vida e caminhada. Mas, o negócio é muito mais complicado quando lidamos com humanos tão falhos quanto nós e, pior, que são capazes de nos machucar tão profundamente. Sim, a coisa muda de figura, eu sei. Quando não conseguimos amar algumas pessoas como acreditamos que devemos amar, daí a situação fica embaraçosa, porque vem a culpa, o medo, a vergonha e o sentimento de inutilidade. É um emaranhado de coisas que transformam tudo isso em um peso enorme, tanto para quem deveria amar quanto para quem seria amado.

E, bom, toda esse pensamento a respeito do amor começou quando eu li Cristianismo Puro e Simples do meu querido C.S.Lewis (eu já disse isso no Twitter uma vez, mas eu tenho uma lista mental de prioridades para quando eu chegar no céu, e o Lewis é uma das pessoas com quem eu gostaria muito de trocar umas ideias). Há um capítulo destinado a isso, como posso amar alguém que me faz mal? Ou me irrita? Ou não desperta coisas boas em mim? E, cara, eu amo de paixão a forma como ele destrincha tudo isso.

Antes de expor, é importante ressaltar que há casos muito mais complexos. Quando o ato de amar envolve perdoar um machucado profundo, creio que não há palavras capazes de simplificar isso. Apesar de eu saber que há Alguém que pode ajudar com esse processo.

Enfim, quando se trata de amar o meu próximo como a mim mesmo, preciso me perguntar primeiro como eu me amo. Tchanram! Podem pensar! Eu passei um tempo refletindo nisso também. Pense em como você se vê e se ama. Assim conseguirá encontrar uma forma de refletir esse amor.

De modo geral, vou usar o próprio exemplo do titio Lewis. A gente nem sempre se ama. Não. As vezes ficamos tristes conosco. Envergonhados com algumas de nossas atitudes. Nos sentimos mal com comportamentos nossos. As vezes, não suportamos a ideia de desistir de algumas coisas, de fracassar em outras ou perder determinadas. Mas, estamos aqui. Continuamos aqui. Essa é a chave. Você não precisa ser perdidamente apaixonado por cada ser humano do planeta. Calma! Não precisa! Você precisa exalar para cada ser humano do planeta o mesmo sentimento que você tem por si mesmo: o de querer se ver bem! Não importa o que você tenha feito, onde tenha errado ou o que deixou cair pelo caminho, não! Nada disso importa! A única coisa que você quer é levantar, sacudir a poeira e seguir, bem.

Então, quando Jesus nos deixa a missão de amar uns aos outros, eu sei que ele já tinha em mente que nós nos machucaríamos, nos maltrataríamos, nos humilharíamos. Sim, ele sempre soube disso! Mas, quando amamos ao próximo como a nós mesmos, jamais humilharemos, machucaremos ou maltrataremos essa pessoa. Não. Porque nós queremos ver ela bem, assim como nós queremos estar bem.

Além disso, Lewis nos dá outra perspectiva interessante sobre isso. Quando começamos a enxergar o outro como nós mesmos (a dita cuja da empatia), as características ruins que temos em nossa mente a respeito do próximo são amenizadas, porque passamos a conhecê-lo um pouco mais e nos concentramos nas coisas boas. No fim das contas, percebemos que ele é gente como a gente. Gente como eu e você. Com todas as qualidades e defeitos. Jesus sempre soube disso e, quando Ele nos pede para amarmos uns ao outros como a nós mesmos, Cristo apenas quer que enxerguemos uma parte da criação tão importante quanto nós, que partilha da mesma Graça e pode compartilhar do mesmo Reino.

Pense em como o mundo seria muito mais leve assim.

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